Voltar
-
07/05/2020

Presidente da Funai ataca Conselho Indigenista

Texto publicado pelo órgão causa repúdio e dezenas de entidades respondem em nota pública

From the left:, Marcelo Augusto Xavier, Funai President, talking to Bento Albuquerque, Minister for Mines
and Energy From the left:, Marcelo Augusto Xavier, Funai President, talking to Bento Albuquerque, Minister for Mines and Energy

Após seguidos ataques e conspirações sobre diversos setores da sociedade, o governo federal utilizou a Funai (Fundação Nacional do Índio) para atacar o CIMI (Conselho Indigenista Missionário). O episódio causou repúdio em dezenas de entidades da sociedade civil que responderam por meio de nota pública. 

O presidente da Funai, Marcelo Augusto Xavier, havia afirmado que o secretário-executivo do CIMI, Antônio Eduardo de Oliveira, agiu com “discurso carregado de rancor político pela derrota eleitoral de 2018, envolvendo seu estamento político-ideológico”, apontando que o CIMI “intenta desqualificar a FUNAI, o INCRA, o IBAMA e a AGU, tudo em prol da velha política indigenista socialista, assistencialista e de paternalismo, a qual já causou tantas desgraças aos indígenas brasileiros.” 

A Funai do governo Bolsonaro afirmou, ainda, que o povo indígena é “caracterizado por atos violentos como incêndio de edificações, destruição de plantações, cercas e maquinários, de modo a inviabilizar a continuidade de atividade agrícola” e que “o povo brasileiro escolheu uma nova política indigenista com a eleição do Presidente da República Jair Messias Bolsonaro”.

Nota pública

Oliveira participava de uma mesa sobre os embates necessários frente aos ataques aos direitos indígenas em tempos de isolamento social quando afirmou que o presidente Jair Bolsonaro tem como máxima criar uma política sem povos indígenas e que o órgão responsável pelos direitos dos indígenas foi submetido aos interesses da elite ruralista.

Após o ataque da Funai ao CIMI, entidades de várias frentes indigenistas, socioambientais e de direitos humanos responderam em nota pública que o atual governo é “subserviente aos interesses das grandes corporações empresariais transnacionais do agronegócio e da mineração” e que ataca o texto Constitucional ao tentar “impor a ideologia da tutela, do assimilacionismo, inclusive religioso, do integracionismo, a negação dos direitos fundiários, a negação do direito de usufruto exclusivo das terras, favorecendo as invasões, a grilagem e a exploração das mesmas por terceiros não-indígenas”. 

Informe-se

Receba por e-mail as atualizações da Conectas