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09/10/2013

Esclarecimentos: Papel do Brasil na crise síria

Discrepâncias sobre valor enviado pelo Brasil às vítimas sírias revela problemas de falta de transparência

Discrepâncias sobre valor enviado pelo Brasil às vítimas sírias revela problemas de falta de transparência Discrepâncias sobre valor enviado pelo Brasil às vítimas sírias revela problemas de falta de transparência

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil divulgou nota há poucos minutos na qual contesta a Conectas Direitos Humanos. O Itamaraty diz que fez aporte de US$ 816.679,44 ao Acnur (Alto Comissariado da ONU para Refugiados) para mitigar a crise humanitária na Síria, sem mencionar o período temporal desta doação. Cabe ressaltar que tanto a nota do site da Conectas como o artigo de opinião publicado no O Globo no dia 5 de outubro último referem-se às doações do Brasil no ano de 2013.

Na mesma nota, o Itamaraty afirma ter informado Conectas sobre a cifra. A informação, prestada por meio de um email do dia 22 de agosto, diz que, em 2013, os aportes totalizam US$ 400 mil. O valor da doação destacado pela Conectas é a soma dos valores que constam nas bases públicas e oficiais do Escritório de Coordenação de Ajuda Humanitária das Nações Unidas (OCHA, por sua sigla em inglês) e do Acnur, bem como de notas públicas e oficiais do site do Itamaraty, totalizando US$ 150 mil. O valor adicional de US$ 250 mil informado pelo Itamaraty via email não consta nestas fontes públicas e oficiais da ONU e do próprio Estado brasileiro.

É positiva a notificação do Itamaraty que as doações sejam superiores, computando US$ 400 mil em 2013. No entanto, a preocupação persiste, já que esta quantia ainda mantém o Brasil como sendo o País que menos colabora com doações humanitárias às vítimas do conflito sírio entre as 10 maiores economias do mundo neste ano.

A Nota de Esclarecimento n º 10 do Itamaraty também afirma que a Resolução Normativa nº 17 do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) seria suficientemente clara sobre a flexibilização dos requisitos regularmente exigidos para a concessão de vistos a sírios. A flexibilização, um ato humanitário e que merece reconhecimento, de fato é explicitamente mencionado na referida Resolução. No entanto, conforme menciona Conectas tanto em seu site como no artigo de opinião do dia 5 de outubro, não são esclarecidos quais são os requisitos para esta nova modalidade de visto de caráter especial, apenas é dito que  ele será “concedido pelo Ministério de Relações Exteriores”.

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