Organizações latino-americanas e caribenhas pedem priorização da adaptação climática na COP30

Em carta entregue ao presidente da COP30, vinte e oito entidades propõem ações concretas ao Brasil para enfrentar os desafios da adaptação às mudanças climáticas

Foto: Divulgação/Instituto Talanoa

Um grupo de 28 organizações da América Latina e do Caribe entregou ao presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, uma carta com uma série de sugestões para que o Brasil avance na agenda de adaptação climática. A entrega ocorreu durante o evento Adaptação como Prioridade para a COP30, realizado na terça-feira (25), em Brasília.

Conectas, Geledés, WWF Brasil, Observatório do Clima, Fundación Avina e Instituto Talanoa estão entre as signatárias.

A carta, que visa garantir um futuro mais resiliente às mudanças climáticas, propõe uma série de ações para serem incorporadas pela presidência da COP30. O objetivo central é fortalecer a implementação da Meta Global de Adaptação (GGA), com um foco claro em financiamento adequado e inclusivo, além de medidas de monitoramento eficazes.

Entre as recomendações, destacam-se a necessidade de criar uma meta quantitativa de financiamento para a adaptação, que substitua o compromisso do Pacto de Glasgow, estabelecendo novos caminhos para o cumprimento da lacuna de financiamento de até US$ 359 bilhões anuais. As organizações também destacam a importância de garantir que a adaptação não seja vista apenas como um desafio dos países mais vulneráveis, mas uma responsabilidade compartilhada globalmente.

Outra proposta importante é o aprimoramento do Fundo de Adaptação, com a mobilização de recursos para alcançar sua meta de US$ 300 milhões. A carta também sugere que a presidência brasileira incentive a integração de atores não-estatais, como comunidades locais e povos indígenas, na construção de uma agenda inclusiva de adaptação, destacando a importância de soluções locais e transformacionais.

Com uma série de propostas detalhadas, as organizações esperam que a COP30 se torne um marco na luta contra os impactos das mudanças climáticas, especialmente para aqueles que mais sofrem com os efeitos da crise climática. A carta representa um esforço conjunto para garantir que a adaptação seja uma prioridade não apenas para o Brasil, mas para toda a comunidade internacional.