A Conectas denunciou, na quarta-feira (6), o aumento da letalidade policial no Brasil durante um pronunciamento no Conselho de Direitos Humanos da ONU. Segundo a entidade, 6.121 pessoas foram mortas por ações da polícia em 2024, sendo a maioria delas negras.
“No último ano, policiais em São Paulo em serviço mataram 74,3% a mais do que em 2023. No Rio de Janeiro, a polícia matou, em média, duas pessoas por dia”, afirmou a organização.
A Conectas também alertou para os ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF), que tem exercido um papel fundamental no controle da violência institucional e na defesa dos Direitos Humanos. A organização mencionou o julgamento iminente da ADPF das Favelas, ação que estabelece mecanismos mínimos para controle da atividade policial, incluindo perícia e investigação independentes, uso contínuo de câmeras corporais por agentes e a formulação de um plano para redução da **letalidade policial**.
Diante do cenário de violência institucional, a entidade pediu apoio do Conselho para pressionar as autoridades brasileiras a implementar mecanismos de controle da atividade policial em conformidade com recomendações e decisões do Sistema Internacional de Direitos Humanos. Além disso, solicitou a condenação dos ataques à Suprema Corte.
A manifestação ocorre um ano após a organização denunciar, no mesmo fórum, a política de segurança pública do estado de São Paulo. “Nada mudou”, afirmou a entidade.